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FIAT LUX

sábado, 3 de janeiro de 2015

Eta Carinae. Um sistema binário em forma de um amendoim gigantesco.



Os repórteres da Agência FAPESP foram acompanhar de perto o trabalho de Augusto Damineli, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de uma equipe internacional composta por 30 cientistas e astrônomos amadores, seis deles brasileiros, que estuda a estrela Eta Carinae.
Durante uma madrugada no Observatório do Pico dos Dias (OPD), administrado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Brazópolis (MG), o astrônomo falou do fenômeno inédito cujo ápice ocorre durante o mês de julho de 2014: a abertura de um buraco na superfície de Eta Carinae.
Os dados obtidos pela equipe internacional que acompanha Eta Carinae poderão validar ou colocar em xeque os modelos teóricos existentes sobre a estrutura de grandes estrelas. Eta Carinae é o sistema binário mais brilhante da Via Láctea.
Em meados do século 19, o sistema binário massivo Eta Carinae passou por uma erupção que ejetou pelo menos 10 vezes a massa do Sol e fez dela a segunda estrela mais brilhante no céu.

Eta Carinae está situada a 7.500 anos-luz de distância na constelação de Carina e é um dos mais massivos sistemas binários que os astrônomos podem estudar detalhadamente. A estrela menor tem cerca de 30 vezes a massa do Sol podendo ser até um milhão de vezes mais luminosa. A estrela primária contém cerca de 90 massas solares e emite 5 milhões de vezes a energia emitida pelo Sol. Ambas as estrelas estão fadadas a acabarem suas vidas em espetaculares explosões de supernovas.Entre 1838 e 1845, Eta Carinae passou por um período de variabilidade incomum durante o qual brevemente ofuscou Canopus, normalmente a segunda estrela mais brilhante. Como parte do evento, o que os astrônomos chamam de a Grande Erupção, uma concha gasosa contendo entre 10 e 40 vezes a massa do Sol foi observada no espaço. Este material formou uma nuvem densa de poeira em formato de lóbulos gêmeos conhecida como a Nebulosa do Homúnculo, que agora se estende ao longo de um ano-luz e continua a expandir-se a mais de 1,3 milhões mph (2,1 milhões km/h).A cada 5,5 anos, quando suas órbitas as levam à sua maior aproximação, chamada de periastro, as imensas e brilhantes estrelas de Eta Carinae ficam distantes como a distância média entre Marte e o Sol. Ambas as estrelas possuem fluxos gasosos poderosos chamados ventos estelares, que interagem constantemente, mas essas interações são mais dramáticas durante o periastro, quando o vento mais rápido da estrela menor esculpe um túnel através do vento mais denso de sua companheira.
Estrelas gigantes como Eta Carinae esgotam seu combustível muito rapidamente devido à sua grande massa e alta luminosidade.

Se comparadas ao Sol que têm aproximadamente 5 bilhões de anos, estrelas como Eta Carinae têm por volta de 3 milhões de anos.
Há 170 anos, a mega estrela entrou em sua fase terminal.

Desde então sofre grandes explosões e perde matéria da ordem de dezenas de massas solares, o que aumenta temporariamente seu brilho.
“Quando explodir, sua morte deverá produzir uma  poderosa emissão  de raios gama, o tipo de evento mais energético que ocorre no Universo”, afirma o astrônomo Augusto Damineli.
De acordo com os cientistas, Eta Carinae pode explodir como uma supernova ou hipernova a qualquer momento.

Na verdade esta explosão já pode ter acontecido e apenas ainda não foi detectada. Acontece que a imagem que vemos hoje, demorou quase 8 mil anos para chegar até nós. Se Eta Carinae  de fato explodisse hoje, não viveríamos para assistir ao espetáculo.
Fonte :Apolo11.com

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